domingo, 26 de outubro de 2008

Procura-se




Proteção e confiança...

Procura-se quem possa oferecer...

Oferecer sem segundas intenções...

E que as primeiras sejam a amizade, o carinho e o amor...

Procura-se quem, ao primeiro percalço, não me abandone...

Que se, por motivos maiores, ocorrer o abandono, que este não deixe uma mágoa no coração...

Procura-se alguém que olhe nos olhos e que eu possa sentir a verdade das palavras...

E, mais que das palavras, eu consiga perceber a verdade das ações...

Procura-se alguém que possa, só com suas palavras, acalmar um coração angustiado...

Dizendo palavras simples, como: "Não se preocupe. Eu estou aqui..."

Procura-se alguém a quem se possa admirar e amar...

Mesmo que, por vezes, suas atitudes deixem a desejar...

Mas que seja alguém em quem se possa confiar

terça-feira, 21 de outubro de 2008


Comigo você falará sua alma toda

mesmo em silêncio

Eu falarei um dia minha alma toda

E nós esgotaremos

Porque a alma é infinita

Clarice Lispector

domingo, 19 de outubro de 2008

A crueldade de não se saber amar



A cada dia que passa me assusto mais com as coisas que estão acontecendo a nossa volta...Hoje acordei desmedida, me sentindo impotente diante dos fatos. O caso dessa garota (Eloá) de Santo André, mexeu de fato comigo, não consigo entender muito, esses crimes passionais. Como pode algo tão bonito se transformar em tragédia?? Fico imaginando as familias, os amigos...uma garota tão nova que provalvemente iria descobrir agora as medidas e loucuras de um amor; Com tanta vida pela frente e de repente lhe é tirada assim...por alguém que por conta do egoismo, da incapacidade de aceitação resolve tirar a vida daquela que um dia pensou amar. A cada dia que passa mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-se do sofrimento perdemos também a felicidade....
Saber Amar


A crueldade de que se é capaz
Deixar pra trás os corações partidos
Contra as armas do ciúme tão mortais
A submissão às vezes é um abrigo
Saber amar
É saber deixar alguém te amar
Há quem não veja a onda onde ela está
E nada contra o rio
Todas as formas de se controlar alguém
Só trazem um amor vazio
Saber amar
É saber deixar alguém te amar
O amor te escapa entre os dedos
E o tempo escorre pelas mãos
O sol já vai se pôr no mar.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

SER PROFESSORA


Quando eu era criança tinha apenas um sonho: QUERIA CRESCER, SER GENTE GRANDE...
Lembro que às vezes à noite no meu quarto e imaginava como seria minha vida adulta, e achava tudo àquilo tão fascinante... ficava horas pensando. Outras vezes reservava toda a tarde imaginando como seria o dia se eu tivesse que trabalhar, era bom demais e eu transformava tudo isso em uma grande brincadeira; Montava um escritório (sim eu queria ser uma secretária), e ficava lá atendendo um telefone imaginário, anotando recados e me sentindo importante. Chegou à adolescência e lá estava eu sonhando mais uma vez. Diferente das garotas da minha idade, eu não pensava em namoricos, em meninos e nessa história de paqueras. Afundava-me em livros e viajava, conheci tantos lugares com a cara dentro dos livros que até perdi as contas de quantos livros eu já li em toda essa minha vida, lembro apenas que com 14 anos havia lido toda a série vaga lume e depois disso comecei a conhecer os clássicos da literatura brasileira (foi aqui que me apaixonei por literatura). Minha mãe vivia dizendo: _ Menina você vai ficar louca, ninguém lê tanto nessa vida. A moça da biblioteca publica já me conhecia e sempre me dava dicas incríveis...e assim o tempo foi passando mais uma vez. Da adolescência até a fase adulta não percebi quão rápido os anos voaram, só sei que tenho a sensação de que perdi algo.
Hoje já adulta, confesso que tem dias que desejo profundamente voltar a ser criança, quero partilhar da ingenuidade que muitos ainda possuem, quero brincar sem ter a preocupação com o dia de amanhã, enfim quero ser livre. Outros dias acordo com ímpetos de voltar a ser adolescente, não ter responsabilidade, fazer as coisas sem pensar, não ter que manter a sanidade sempre em dia, tenho vontade mesmo de extravasar.
Passo assim dias e dias, pensando em como a vida é boa conosco e não temos a sensibilidade de compreender. Foi pensando nisso que percebi que Deus me deu, por meio da minha profissão, a maior e melhor oportunidade de ser tudo isso... criança, adolescente e também alguém maduro responsável. Percebi que tem dias que posso extrapolar feito criança... brincar, correr, rir do nada. Outros dias posso ser adolescente, trocar confidencias, ouvir histórias, ajudar numa paquerinha e me sentir realizada com isso. Mas na maioria das vezes exerço o melhor de todos os papeis que é ser o que sou. A PROFESSORA.
Através do adulto responsável que me tornei, do amadurecimento que adquiri, das experiências de vida que tenho e da admiração que causo, posso ser aquilo que eu quiser. Criança, quando me divirto com meus pequenos. Embora não sejam tão crianças assim, a gente brinca, canta, joga bola, fala de desenhos animados, chupamos balas e nos divertimos muito.
Com meus adolescentes é a parte mais deliciosa da vida, sempre aprendo com eles. Ali sou mãe, amiga conselheira, inimiga, médica, as vezes sou só um ombro, outras vezes sou só a mão que acarinha e enxuga as lágrimas.
Com os adultos, sou sempre a professora, mas aquela que está cercada de admiração, respeito, compreensão... são eles sempre, os que mais me ensinam, os que mais me lembram quão prazeroso é ser o que sou. Não queria ser professora, queria tudo menos isso. Hoje entendo porque Deus mudou meus planos e me fez andar por outros caminhos. Sou aquilo que me enche de prazer, que me faz passear por todas as fases da vida e me dá a oportunidade de voltar sempre para meu lugar seguro. Tenho diariamente ao meu lado pessoas ávidas de aprender e de ensinar. Cada um tem seus medos, traumas, sonhos, desejos ! Partilho esses sonhos, muitos medos, alegrias, curiosidades. Tenho os meus problemas sofro, choro, desiludo-me. Nem sempre dá certo tudo o que programo; Erro demais e aprendo errando também! Mas de uma coisa estou certa...sou inteira. Inteira nas lágrimas e no sorriso. Inteira no ensinar e no aprender. Sei que meus alunos precisam de mim tanto quanto eu preciso deles. E por isso somos tão especiais!
Eles são tão especiais na minha vida que não consigo me imaginar longe deles por tanto tempo. Poucos sabem a imensa alegria que cada um planta no meu coração dia após dia. E é nesta nobre missão de educar que, com muito orgulho entendo... que nada me faria mais feliz do que ser e estar onde estou!!
Ser professora é ser um mistura de todos, é ser uma soma de tudo. É ser uma mãe, um pai, um orientador, um psicólogo, um mestre, um amigo, um companheiro... è cumprir sua missão com abnegação, ser humilde para aceitar , ser seguro para entender.
Ser professor é renunciar um pouco de si cada dia. Não só para ensinar, mas também para aprender...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Pensamentos



Quando tudo parece estar bem, vem dinovo aqueles questionamentos que invadem a gente da cabeça aos pés. Sim, não me esqueço de que fui criada para ser determinada, forte e e coerente, mas... tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. Como é que se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação: a ser? (...) Mas por que não me deixo guiar pelo que for acontecendo? Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade.


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Lua Adversa


Tenho fases, como a lua.

Fases de andar escondida, fases de vir para a rua...

Perdição da minha vida!

Tenho fases de ser tua, tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm no secreto calendário que um astrólogo arbitrário inventou para meu uso.

E roda a melancolia seu interminável fuso!

Não me encontro com ninguém (tenho fases, como a lua)

No dia de alguém ser meu não é dia de eu ser sua...

E, quando chega esse dia, o outro desapareceu...

Cecília Meireles

terça-feira, 7 de outubro de 2008

"Existem marés e existe a lua..."


As marés mudam de acordo com a lua... E nós também sofremos influências externas e mudamos nossas marés, nossos rumos, nossas vidas.Muitas vezes resistimos a essas mudanças, mas sempre, mais ou menos, somos atingidos por elas. É difícil aceitá-las, aceitar que algo que, para nós, está perfeitamente correto sofra uma reviravolta por motivos que não podemos, sequer, compreender... Aceitar que, façamos o que fizermos, nada mudará a situação. Por mais que queiramos, nos sentimos impotentes. Sente-se um gosto amargo na boca. Uma revolta surda surge dentro de nós. Vemos o mundo seguir seu rumo, inexorável... E nós permanecemos presos ao momento da mudança, sem conseguir nos libertarmos. Revivendo, como Prometeu, até que alguém venha nos libertar. E aí reside o fato mais interessante: esse alguém não é alguém exterior a nós... somos nós mesmos que precisamos querer nos libertar, querer seguir em frente...A saudade, as lembranças, o carinho, os momentos felizes e, até mesmo os tristes, não somem. Mas, também, não voltam... Se, um dia, o imponderável agir, tudo será diferente. O que passou não se resgata da mesma forma que era. Se constrói algo novo. É isso que penso. É isso que desejo. É isso que peço.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008




Passos impressos,na areia,de meu pés descalços!


Ondas vêem...massageando meus pés.


Ondas vão...deixando piscinas nos vãos...